Escolhendo a bike
Eu
nunca fui chegado a muitas adaptações, prefiro projetos já consolidados,
foi assim quando comecei a fazer trilha de moto no inicio dos anos 80,
meus amigos começaram bem antes de mim com motos adaptadas, mas só fui
iniciar na modalidade quando lançaram a Yamaha DT 180. no âmbito das
bikes foi a mesma coisa, por volta de 86/87 a onda do MTB começou a
pintar por aqui com alguém vindo do exterior com uma MTB e isso
despertou o interesse de ciclistas e começaram a adaptarem até Caloi 10
p/ as trilhas.
No
inicio de 1988, caminhando pela R. Vol. Da Pátria no Bairro de Santana,
zona norte de São Paulo, me deparei com uma revista estrangeira sobre
MTB em uma livraria, ao folhá-la fiquei impressionado “As bikes tinham
três coroas” comprei a tal revista e a tenho até hoje.
Daquele momento em
diante decidi que iria ter uma MTB assim que possível, mas não parti
para nenhuma adaptação, esperei ser lançada a primeira MTB brasileira:
Caloi 15 e antes de terminar o ano de 1988 eu já tinha a minha MTB, que
substituiu a minha speed, uma Peugeot 12V.
As
E-Bikes vieram evoluindo e agora estão em um patamar bastante
consolidado e decidi partir para adquirir uma, para me auxiliar no meu
trabalho de organizar e conduzir passeios por trilhas, pois minhas
hernias de disco estão dificultando muito a pedalada, a ponto de não
conseguir acompanhar os mais pebas em meus enventos.
As minhas
pesquisas inicialmente se voltaram para um kit
Bionx, onde o motor
é na roda traseira, o que mais me atraia neste modelo era a
possibilidade de recarregar a bateria quando se freia e/ou em descida
revertendo o motor, uma espécie de freio-motor, mas não era qualquer
bike que aceitava este kit, principalmente as full-suspension e depois
descobri que a taxa de recarga é de apenas 10%, ou seja: para se ganhar
um km tem que descer 10 km no freio-motor, então o que parecia vantagem
acabou se desvanecendo.
Na seqüência das
pesquisas voltei-me para as S-Pedalecs, bikes onde o pedal assistido vai
até 45 km/h e com suspensões de 150 mm ou mais, “namorei” por muito
tempo uma
KTM Egnition 45,entretanto os valores destas bikes ainda estavam
alem das minhas possibilidades.
Comecei
a estudar os tipos de motores e a conclusão é que um motor central
(junto ao pedivela) é a melhor solução para o conjunto. As marcas mais
famosas eram a
Bosch e Yamaha, a diferença mais gritante entre as duas são as
coroas, enquanto o motor Yamaha aceita até duas coroas padrão o motor
Bosch usa uma coroa pequena (menos de 20 dentes) que gira 2,5 vezes mais
que a pedivela(a partir de 2020 os moteores da Bosch passarama usar
coroa padrão). Depois de muita leitura fiquei predisposto ao motor da
Bosch, entretanto os preços ainda deixavam as E-MTBs na configuração que
desejava fora do meu alcance.
Algum
tempo depois entra em cena o motor
Brose
que vi equipando um Rotwild, assim como o motor Yamaha, este também usa
coroa padrão e pode ter até duas, além disso, é um motor mais
silencioso, possui um designer que possibilita uma excelente integração
ao conjunto, deixando-o bem dissimulado, a sensação de pedalar é bem
natural e tem opções de baterias de maior potencia. Dentre os
fabricantes de E-Bikes que utilizam este motor, a Bulls de procedência
alemã, me chamou a atenção pela variedade de modelos e preços bem
interessantes, mas ainda assim um tanto caro.
Pesquisa
daqui, pesquisa dali e descobri que as bicicletas Bulls têm
representantes nos EUA, isto me animou, pois alem do cambio com o Dólar
ser mais atrativo que com o Euro, nos EUA a limitação de velocidade para
as e-bikes classe 1 (considerada uma bike normal) é de 20 M/h (32 km/h)
ao contrário da Europa que é de apenas 25 km/h, agora faltava encontrar
uma loja com ofertas interessantes.
Assim
consegui concretizar o meu intento de ter uma E-MTB ao encontrar em uma
loja na
cidade de San Diego/Califórnia/EUA. A bike que se aproximava bem do que
eu desejava e com um preço em oferta por ser modelo do ano anterior(2016).
Para diminuir os custos de importação, enviei a bike direto dos EUA
para o Paraguai, via transportadora, assim a importação para o Brasil
sairia mais em conta, são apenas 50% sobre o valor do item, e ainda tem
o desconto de 300 dolares que é a isenção nas froteiras terrestre, se
fosse enviado direto para cá seriam quase 100%(imposto de importação
sobre o valor do produto + frete, ICMS e taxa de despachante
alfandegário) pois teria que vir por transportadora tipo DHL.
Como eu precisaria ir até o Paraguai para buscar a bike e a mesma
não viaja em avião de passageiros por causa da restrição as bateria de
litium, por que não voltar pedalando!
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